
Têm sido múltiplas as expressões e manifestações públicas de protesto perante os rudes golpes que o actual Governo pretende assestar ao ensino artístico.
Entre essas declarações, parece oportuno citar neste sítio as que Mário Laginha fez ontem ao semanário gratuito Sexta, distribuído com o diário Público, nas quais a dado passo o pianista e compositor chama a atenção para o facto de ser «daqueles que, à luz desta reforma, teria as pernas cortadas, não teria qualquer hipótese de seguir com a (…) formação musical», considerando do mesmo passo que estamos perante «uma falsa ideia de democratização do ensino musical, que é um engano absoluto.»
Opondo-se à perspectiva de que «ser músico profissional em Portugal seja apenas para pessoas com dinheiro», Laginha como que denuncia o tipo de chavões que costumam ser utilizados pelo Poder, ao afirmar: «Neste país gostamos de pensar que somos evoluídos, muito europeístas e cosmopolitas. Não consigo imaginar como é que um país assim é capaz de, no século XXI, acabar com a escola pública de música.»
O mesmo semanário cita também as reacções da Ministra da Educação, a qual – utilizando a cassete do costume – argumenta que «as resistências à mudança são muito profundas (…)».
A propósito deste problema de graves repercussões nacionais para a manutenção, nos termos actuais ou ainda mais aperfeiçoados, do ensino artístico público, circula designadamente na Internet (e pode ser assinada) uma petição subordinada ao título Defesa do Ensino Artístico em Portugal.